quinta-feira, 25 de setembro de 2014

8ª ano Eucação Ambiental




A EVAPORAÇÃO EM AÇUDES NO
SEMIÁRIDO NORDESTINO DO BRASIL

            A água é o insumo básico da sobrevivência de todas as espécies e indicador do desenvolvimento de uma região, sendo necessária atenção especial no seu manejo visando sua conservação em qualidade e quantidade. Isso é alcançado por meio da gestão dos recursos hídricos, que se refere aos procedimentos relativos a tentativa de equacionar e resolver as questões da água e otimizar o seu uso.
            Em um país tão extenso como o Brasil deve-se ter bem definido esses conceitos, pois apresenta grande complexidade em relação aos recursos hídricos devido principalmente a: irregularidade espacial da disponibilidade de água e acentuada deterioração desses recursos .
Embora a disponibilidade de água no Brasil seja abundante, está distribuída de forma
Irregular.
Percebe-se, assim, a grande diversidade hidrológica do território brasileiro, sendo que, a região semi-árida configura o cenário mais crítico no que se refere à escassez hídrica, necessitando de subsídios para implantação de uma gestão que vise a racionalização do uso de suas águas com base na sua realidade hídrica.
            Percebe-se então que o fenômeno da evaporação no semi-árido tem papel fundamental no dimensionamento e manejo de obras hídricas, que deve ser minuciosamente investigado para subsidiar ações de planejamento e gerenciamento na busca de um melhor aproveitamento das águas reservadas.  

A EVAPORAÇÃO NO SEMI-ÁRIDO

            O clima semi-árido é caracterizado pela insuficiência de precipitações com extrema
irregularidade quanto à sua distribuição temporal, concentradas em uma estação de 3 a 5 meses de duração.
Aliado a característica regional de deficiência hídrica, deve-se observar a variabilidade
temporal das vazões agravando esse cenário. Desse modo, para garantir o atendimento das demandas de água nos períodos de seca, aproveitando-se a água excedente dos meses úmidos, se faz necessária a construção de reservatórios. Assim, reserva-se água para que haja oferta quando não houver chuva por um determinado tempo.
            O semi-árido engloba cerca de 70 mil açudes de pequeno porte, os quais, de acordo com Suassuna (2002), são caracterizados por volumes entre 10.000 e 200.000 m³ e representam 80% dos corpos d’água nos estados do nordeste.
Aliada a essa escassez, apresenta-se também, restrições relativas à qualidade da água nos açudes, principalmente quanto à salinização das águas acumuladas, o que gera prejuízo nas culturas e nos terrenos, além de comprometer o consumo humano. Estima-se que um terço dos açudes do Departamento Nacional de Obras de Combate à Seca (DNOCS) apresente esse problema em seus perímetros irrigados (SUASSUNA, 2002).
Esse quadro é agravado, ainda, pelo fenômeno da evaporação, que provoca perdas
significativas nessa qualidade e quantidade. A evaporação varia de 1000 mm/ano no litoral da Bahia a Recife, atingindo 2000 mm/ano no interior, sendo que na área de Petrolina (Pernambuco) chega a 3000 mm/ano (IICA, 2002).
            As altas taxas de evaporação, aplicadas a superfícies livres de água, representam uma perda significativa na disponibilidade hídrica de uma região e como a presença de açudes é um cenário constante no semi-árido, o conhecimento das perdas por vaporação é a base para se determinar qual o volume potencial disponível, informação de suma importância para políticas de manejo dos recursos hídricos da região.
Para se dimensionar um reservatório deve-se estabelecer um meio termo entre o custo da construção de sua estrutura e o custo que a falta de água pode acarretar.                                    
            O déficit hídrico no semi-árido nordestino é visto, quase sempre, considerando apenas o seu aspecto quantitativo sem analisar a qualidade da água disponível. Esta visão conduz a “soluções” que priorizam a acumulação de água, como se a presença deste bem fosse suficiente para dirimir todos os problemas causados pela sua escassez. Daí a construção indiscriminada de barragens na região. No entanto, continua havendo sede no semi-árido, estando-se próximo ou afastado do espelho d’água.
            A evaporação tem um desempenho relevante no processo de salinização como agente facilitador e como concentrador ao passo que retira apenas a água dos reservatórios aumentando a concentração dos sais.
            Outro ponto importante é o acompanhamento da salinização dos reservatórios do semi-árido intensificado pelas altas taxas de evaporação. È necessário, então, se entender o fenômeno da evaporação para se conviver com ele, já que seus efeitos não se evitam, mas se gerenciam.

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